quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A terapia e a medicação

Hoje em dia o meu filho está a fazer Ritalina. Sei que há imensas opiniões, centenas de estudos, uns contra e outros a favor. A opinião que aqui vou deixar é apenas enquanto mãe e baseada na experiência do meu filho.

Muito antes de iniciar a medicação o meu filho frequentou as consultas com o psicólogo quinzenalmente. A terapia surtiu bastante efeito e notaram-se evoluções significativas principalmente ao nível do comportamento. No entanto, na sala de aula havia muitas queixas de desatenção, de impulsividade, falta de empenho e dificuldade de finalização de tarefas. Tudo sinais que apontavam para o diagnóstico que se veio a confirmar. Em casa os sinais também eram evidentes.

Em muitas destas consultas se falou na medicação, mas nós pais insistimos sempre na questão da educação e do respeito e fomos muito reticentes à medicação. Reticências que se deviam ao medo de estarmos a drogar o nosso filho, ao medo da dependência que lhe pudessemos causar e no fundo também pelo facto de termos a sensação que ao assumir a necessidade  de medicação estavamos também a assumir a nossa falha enquanto pais - pais que não conseguiam educar o seu filho. São momentos de angustia, os que se passam quando temos decisões destas nas mãos, mas a decisão acabou por chegar no dia em que recebemos uma queixa da escola a dizer que o nosso filho tinha batido num colega dentro da sala num ato completamente irrefletido e sem sentido.

Talvez tenha sido o medo a ditar o caminho a seguir, talvez tenha sido cobardia, mas foi assim... 

A partir dessa altura o nosso filho iniciou o Concerta. Foi uma experiência que não correu mal, mas que com o tempo tivemos que alterar para Ritalina. 

A opinião na escola é unânime, a capacidade de concentração aumentou e muito. Ok, há muitos aspetos a melhorar. Continuamos a trabalhar diariamente. Pais, família, escola, equipa médica, acreditamos que só assim é possível criar uma malha estreita para que o nosso filho se sinta apoiado e protegido.

Até agora, o balanço em relação à medicação é positivo. A duvida permanece, permanecerá sempre...

O meu coração de mãe não descansa. A minha cabeça não para... mas tenho que continuar!



  

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