Ter um filho com Défice de atenção não é fácil. Ter um filho adolescente com Défice de atenção é menos fácil ainda. Se os nossos filhos têm dificuldades e se sentem inseguros, nós pais sentimos exatamente o mesmo. Temos dificuldades, temos inseguranças e muitas vezes sentimo-nos frustrados, com a agravante de não deixar transparecer este sentimentos para os nossos filhos.
Pelo menos é assim que me sinto em muitos dias. Os dias de consulta, os dias de falar com os professores e diretores de turma. Parece que há um medo, um sentimento de falha cada vez que nos dizem que não se comportam bem, que não se conseguem manter atentos ou não finalizam as tarefas.
Apetece-me dizer a toda a gente que isso é fruto do TDAH. Apete-me dizê-lo bem alto para que todos entendam. Sinto que o meu filho é incompreendido e às vezes eu própria sinto-me julgada. A sociedade está formatada para que todos sejam iguais. O meu filho é diferente, ponto.
É um filho carinhoso, amigo dos pais, sensível e ainda por cima é lindo. Dá muito trabalho ter um filho com TDAH mas há dias em que temos que nos abstrair da escola, dos professores e dos resultados. Há dias em que apenas temos que viver.
Estamos a meio de mais um ano escolar, e mais uma vez começa a pairar sobre as nossas cabeças a possibilidade do chumbo. Sinto-me revoltada com este sistema escolar. De que vale chumbar o meu filho? Mais um ano na escola, o que é que vai ganhar com isso? Eu sei ... mais desanimo, mais desmotivação, mais baixa auto-estima... com tudo o que isso vai trazer. Não vejo por parte da escola publica qualquer plano para ajudar estas crianças e jovens. Vejo apenas que são rotulados como mal comportados e pronto...
O que devo fazer? Neste momento a minha maior preocupação é realmente a escola. Estou um pouco sem rumo... Sinto-me FRUSTADA...
Acredito que muitos pais se sentem assim, fazemos de tudo para que os nossos filhos melhorem e ainda assim eles não conseguem. Amamos os nossos filhos, queremos o melhor para eles e não sabemos onde vamos encontrar resposta para as nossas questões. Tentamos todas as abordagens possíveis e imaginárias e quando parece que alguma está a resultar lá vem um recado da escola, uma má nota que nos faz duvidar de tudo.
Serei só eu? Serei?