terça-feira, 18 de março de 2014

Mail para a professora

Só para dizer, que não tem havido recados na caderneta nem mails da professora. O meu filho diz que está tudo a correr bem mas essa também, é sempre a versão dele. Quer esteja mesmo a correr bem ou não.
Não falo com a professora há sensivelmente 2 semanas.... E querem saber? Não me apetece falar... Mas sabem porquê? Porque acho que até tenho um certo medo do que ela me possa dizer... Está tudo tão bem assim, tudo tão calminho....
Quase de certeza que se vai queixar que o meu filho não consegue estar sossegado nas aulas, que não está concentrado, que não se esforça, que não inicia os trabalhos atempadamente... etc, etc, etc....

Será que me compreendem? 

ai ai

sexta-feira, 14 de março de 2014

Lista das coisas positivas

Já o sabia e já tinha feito o teste... Reforçar os comportamentos positivos e desvalorizar os negativos dá resultado. Está comprovado por esta mãe que experimenta todos os métodos e mais alguns e que tem aprendido bastante com a tentativa/erro.
Apesar da idade do rapazola continua a fazer sentido as listas e os pontos. Não sei porquê (ou até sei), mas a verdade é que funciona mesmo.

Então, agora, tenho um caderninho que anda sempre comigo e tudo o que o meu filho faz bem feito, ou que faz por iniciativa própria tem direito a 1, 2 ou 3 pontos consoante a importância da ação. Todas as coisas bem feitas lá vão parar. O que faz de mal não entra e o que tenta fazer e mesmo assim não consegue também tem direito a pontuação.

Nem imaginam, o que tem sido.... a motivação, a vontade... é incrível como está a ser eficaz.

Deixo-vos dois exemplos:

1º No Sábado de manhã deixei-lhe a tarefa de arrumar o quarto. Expliquei-lhe como o devia fazer, os sítios mais críticos, ao que devia ter atenção cuidada, tudo.... quando fui ver... o quarto apesar de mais arrumado, não estava em condições nem sequer bem limpo. Mandei-o limpar e arrumar tudo novamente. Expliquei-lhe a necessidade da organização e da limpeza pela milésima vez, disse que teria que ficar impecável ou começaria do inicio.
Ficou impecável. Limpou, arrumou, organizou... impecável. Recebeu 3 pontos pelo que fez bem e não se falou mais no que fez mal. Resultado ficou todo orgulhoso pelo que conseguiu e já me disse que amanhã vai repetir a limpeza do quarto.

2º Os horários lá em casa são para cumprir... Mas não é fácil como todos sabemos. Então ultimamente o meu filho tem tido muitos mais para cumprir. O ultimo foi ontem. Estava exausta e fui deitar-me primeiro que ele. Disse-lhe: " Podes ver um pouquinho mais de televisão mas à hora Y, tens que ir para a cama. Já sabes se cumprires amanhã podes ver televisão mais meia hora".
Acreditam que cumpriu à risca? Tem sido assim com os últimos horários a cumprir. Hoje dei-lhe mais um horário para cumprir. Disse-lhe que estava a ver que ele era mesmo bom a cumprir horários. Que maravilha ficou radiante. 

Sinto que cada passo destes é uma conquista, uma conquista para a sua auto estima e para a motivação. E eu? E o pai? Nós sentimo-nos tão bem. Quase que em PAZ, acreditamos que as coisas estão a acalmar. Nós continuamos a aprender mas estamos no bom caminho.
Vamos um dia de cada vez, e estes são pequenos passos para tornar o nosso caminho menos difícil.

Aproveitem a dica, pode ser útil. Se ainda não experimentaram, experimentem pode ser que ajude.



quinta-feira, 13 de março de 2014

Se eu voltasse a criar o meu filho

Se eu voltasse a criar o meu filho.... este é um texto que guardei há algum tempo. Peço desculpa, não tenho bem a certeza de onde. Acho que foi do Mum's the Boss, peço imensa desculpa ao autor mas não me lembro mesmo. Ainda assim não posso deixar de o partilhar aqui. 


Se eu voltasse a criar o meu filho

Pintava mais com os dedos e não os usava para apontar.
Corrigia menos e estabelecia mais ligações.
Tirava os olhos do relógio e usava-os para observar.
Preocupava-me em saber menos e saber amar mais.
Dava mais passeios e brincava mais com papagaios de papel.
Deixava de armar-me em sério e brincava mais a sério.
Corria mais pelos campos e observava mais as estrelas.
Abraçava mais e afastava menos.
Seria firme menos vezes e afirmativo mais.
Aumentava primeiro a auto-estima e só depois a casa.
Ensinava menos o amor do poder
E mais o poder do amor.


É um texto lindo e que nos faz pensar não acham? Mostra-nos que a nossa vida é vivida a uma velocidade furiosa e que muitas vezes não nos lembramos que com gestos simples temos a capacidade de mudar tudo.




terça-feira, 11 de março de 2014

Cocó na Fralda

O Cocó na fralda é um blogue que acompanho há muito tempo. Gosto da forma como a Sónia escreve e gosto de acompanhar as aventuras e desventuras da sua família.

Há quase um ano ela publicou este texto, não escrito por ela mas muito bem escrito . Nunca mais me esqueci dele e sei que na altura o imprimi e dei-o a ler ao meu filho. Acho-o delicioso e ainda hoje de vez em quando estas palavras me passam pela cabeça. Por isso resolvi publica-lo aqui.

Tenho quase a certeza que uma das coisas que os nossos filhos precisam de ouvir é: "Não tenhas medo. Nunca tenhas medo."

E eu estou aqui para isso, para ensinar ao meu filho que ele não necessita ter medo. Que nós pais, estamos aqui para ele, para o ajudar, para o apoiar, para o encaminhar e acima de tudo para o amar.

PARA O ENSINAR A SER FELIZ!




segunda-feira, 10 de março de 2014

Ainda o relógio ...

Bom, não há muito a contar. Na verdade, quando lhe disse que não via o relógio há muito e que achava estranho esse facto. Ele limitou-se a dizer-me que o tinha no saco de educação fisica. Disse-o com tal convicção que percebi imediatamente que não fazia a minima ideia do sitio onde o tinha deixado. Ou seja nem se lembrava. Pelo menos não houve mentiras, nem desculpas esfarrapadas à mistura...

O fim de semana correu bastante bem, nós pais, temos estado muito controlados e estamos a fazer um esforço para ver tudo pelo lado mais positivo. Tentar ajuda-lo a confiar em nós e recompensa-lo pelas coisas bem feitas tem ajudado bastante. Dar ênfase às coisas positivas e desvalorizar as coisas menos boas não é fácil, mas aos poucos estamos a perceber que é assim que os comportamentos mais corretos começam a ganhar terreno.
Parece que estamos a educar ao contrário daquilo que era suposto. Mas afinal, já percebemos que o suposto é fazer o melhor, aquilo que nos parece o mais adequado no momento. 

Ser pai, ser mãe exige coragem e esforço, mas agora que me lembro bem.... ninguém me disse que seria fácil.

Acredito porém, que tudo o que nos dá mais trabalho, dá também mais prazer a conquistar....

Abraço

sexta-feira, 7 de março de 2014

O Relógio

Já cá faltava ... mais uma vez o meu rapaz perdeu o relógio.

Felizmente a avó encontrou-o e do mal o menos.

Para dizer a verdade não sei se ele já deu por ela e não me contou ou se nem deu por ela e nunca mais se lembrou.

Hoje vou-lhe fazer um teste. Vou-lhe perguntar. Para não me exaltar, para não me enervar e sair fora da linha que tenho tentado manter, já delineei na minha cabeça as opções:

1- Ele conta-me que perdeu o relógio e eu disponibilizo-me para o ajudar a procurar reforçando-lhe maaaaiiissss uma vez a necessidade de tomar conta das coisas dele (Esta é de resto a opção mais feliz mas receio que não seja o que vai acontecer).

2- Ele não assume que perdeu o relógio (arranja 1001 desculpas) e eu tenho que lhe dizer que sei que ele o perdeu e que lamento que continue a não confiar em mim e que essa não é a atitude correta.

3- Inventa outra qualquer mentira e eu "passo-me" completamente da cabeça mas tenho que respirar fundo e perceber que se me descontrolar vou continuar a agravar a situação.

4- Esqueço tudo o resto e prego-lhe 3 tabefes (Estou a brincar! Calma... :))

Certamente há muito mais hipoteses e arrisco-me a dizer que tenho uma leve esperança que ele opte pela primeira opção, assim como assim, o melhor é não criar demasiadas expectativas para depois não me desiludir. Seja qual for a escolha do meu filho, tenho que me tentar manter o mais calma possível.

Vamos ver, segundo a vossa experiência qual seria a opção dos vossos filhos? E a vossa atitude? O traçar vários cenários possíveis tem sido uma das minhas estratégias para me controlar melhor. Digamos que assim já sei com o que contar e consigo antecipar algumas decisões. E vocês têm alguma estratégia que possam partilhar?

Depois digo como correu...

quinta-feira, 6 de março de 2014

"Juntos no desafio"

"Juntos no desafio" é um programa de promoção de competências parentais.

Conheci este projeto ontem através do psicólogo Paulo Costa. Adorei ouvir este senhor e voltei a lembrar a necessidade que os nossos filhos têm de atenção, de reforço positivo, de incentivo e motivação.

Não vos vou falar muito do trabalho dele mas deixo-vos os links para explorarem. Há muito material para que nós pais possamos trabalhar e para que possamos dar aos professores dos nossos filhos dicas para melhorarem o relacionamento com eles.


http://www.juntosnodesafio.com

http://www.paulojosecosta.com



terça-feira, 4 de março de 2014

Responsabilidades

Como bem sabem todos aqueles que lidam diariamente com o TDAH, a responsabilidade é um termo muito sensível.
A responsabilidade é um bicho de sete cabeças. Não há guarda chuva que se salve. Sacos de educação fisica e casacos são sinónimo de coisas perdidas. A senha do almoço um dia compra-se no outro dia já não. O relógio do nossos rapaz anda a uma velocidade diferente da nossa. Tenho a certeza que os ponteiros andam mais devagar. Os trabalhos de casa, são para fazer. O problema é que metade das vezes não se lembra,,,, and so on, so on... E qual é o verdadeiro problema? FALTA DE RESPONSABILIDADE.
Dito desta forma até parece engraçado, até parece que não lhe dou importância. Mas dou e muita. O meu filho a cada dia que passa está cada vez mais responsável, cada vez mais capaz. ainda assim acho que posso dizer que não está ainda ao nível daquilo que a sociedade considera "normal" para a idade dele.
A sociedade espera que todos sejam iguais, e eu confesso, antes, acho que também pensava o mesmo. Talvez nunca me tivesse apercebido verdadeiramente que não precisamos de ser todos iguais. A diversidade e a riqueza do mundo está mesmo na diferença. Ainda assim, espera-se que todos aprendam ao mesmo ritmo e da mesma maneira. Espera-se que todos cumpram os mesmos passos e quando isso não acontece parece que somos olhados de lado.
Há uma pressão enorme sobre nós pais, de crianças ditas "out of the box". Parece que somos os únicos responsáveis e até culpados, por seres distraídos, por não estarem quietos, por não iniciarem as tarefas ao mesmo tempo dos outros....
Mas voltando à responsabilidade, uma das coisas que temos feito em casa para estimular o sentido de responsabilidade do nosso filho (entre muitas outras) é ir-lhe dando algumas tarefas domésticas (adequadas à sua idade claro está) que deve cumprir. E tem funcionado muito bem. Ainda ontem lhe dei algumas e quando cheguei a casa tinha tudo feito. Que bom, poder elogiar o meu filho e sentir que engrandece por dentro cada vez que faz as coisas bem feitas e é reconhecido por isso.
Não me deixo iludir, já sei como funciona, um dia bom, outro dia menos bom, um dia péssimo, um dia ótimo. Não há regra, logo não há excepção.  A certeza é que temos que continuar a apoiar o nosso filho, a indicar-lhe o caminho e a ensinar-lhe estratégias para continuar a progredir. Não é fácil, mas também não é impossível...

Bom carnaval

segunda-feira, 3 de março de 2014

Harmonia

Estamos de mini, mini férias de Carnaval. E sabem tão bem... não há pressão de horários, nem de trabalhos, nada!!!!
Só tempo de qualidade passado em família. Ontem fomos almoçar a casa dos avós e foi tão bom.
Continuamos a trabalhar na questão da confiança, do contacto com os outros. É necessário incentivar para olhar as pessoas nos olhos, estabelecer "conexão".Com o tempo vamos lá! 
Saber que temos connosco as pessoas mais importantes, saber que podemos contar com aqueles que são importantes, dá-nos força para continuar.
Hoje o nosso rapaz tem uma série de responsabilidades para cumprir. Vamos ver como se desenrasca. 
Depois passo por cá, para contar como correu o dia. 


sábado, 1 de março de 2014

Dia de consulta

Hoje foi dia de consulta. Mostrar resultados, colocar duvidas, avaliar as semanas que passaram. É sempre um momento de uma certa dor para mim enquanto mãe. É rara a consulta em que não me vêm as lágrimas aos olhos. É o colocar em palavras, é o dar som a coisas que muitas vezes preferia que fossem esquecidas. Na verdade, se pudesse escolher o que queria mesmo é que nem tivessem acontecido. Mas para o bem do meu filho não as posso mascarar, ainda que muitas vezes me apeteça. Apetece-me arranjar uma desculpa, dizer que afinal não percebi bem ou que houve uma qualquer razão que não a verdadeira para isto ou aquilo ter acontecido. Mas não é assim, os problemas são reais, existem, e se não os enfrentarmos mais complicados de resolver se tornam.
Hoje levamos um ponto principal a discussão: A mentira. Sim, um dos maiores problemas desde há algum tempo atrás em nossa casa.  Anda numa fase em que mente por tudo e por nada, esconde as decisões, não assume as atitudes. Cada vez que mente tentamos conversar com ele, fazer-lhe ver as coisas e a importância de dizer a verdade. Aceita tudo o que lhe dizemos, no entanto no dia a seguir.... mais uma mentira.... uma falta de honestidade... Depois vem o castigo, tentamos ser intransigentes nesta questão. Não aceitamos mentiras, não faz parte dos nossos princípios.  É um circulo vicioso, com medo das reprovações então tenta "enrolar-nos" novamente ... DESESPERAMOS... criou-se um clima em casa de total desconfiança em relação ao nosso filho. Tudo é colocado em questão, controlamos tudo, pelo menos o que conseguimos. E ainda assim, sabemos que isto não é o correto. É redutor do que somos enquanto familia, é redutor do amor que temos pelo nosso filho e do amor que ele tem por nós.
Estamos todos a tentar melhorar. Sei que vamos conseguir. O nosso filho tem muita força de vontade e sei que isto é mais uma prova pela qual tem que passar, mais uma aprendizagem... Mas e eu mãe? E o pai?  Que tipo de pais queremos ser, e que tipo de pais estamos a ser? Estaremos à altura para enfrentar todos estes desafios? 

Só gostava de ter a certeza, de não sentir esta angustia da incerteza do dia a seguir...

De qualquer forma, hoje vamos aproveitar a energia renovada com que saímos da consulta, o otimismo e a confiança de que com vontade, trabalho e amor conseguiremos seguir em frente e que vamos também aprender a compreender melhor o nosso filho.